quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

'Vitórias e Derrotas'


Ganhou a discussão
Ganhou a batalha
É um valentão
Só ele é que ralha

Roubou, enganou
Mas isso que tem?
Ninguém reparou
Então tudo está bem

Olha em seu redor
De cima p’ra baixo
Para os outros só dor
São o seu capacho

Duvidosa glória
A de fazer mal
De vitória em vitória
Até à derrota final

Já o outro, pacato
Vive a sua vida
Ao Bom Deus é grato
De Deus não duvida

Foi prejudicado
Uma e outra vez?
Será compensado
Amanhã talvez

As glórias do mundo
São bem duvidosas
Espera no fundo
Outras mais gloriosas

Prossegue na rota
Da renúncia ao mal
De derrota em derrota
Até à vitória final

-----------------------------------


Colher benefício
Outros enganando?
Antes sacrifício
P’ra Deus caminhando

Eis a diferença
Entre os dois amigos
Que o exemplo convença
Que abundam os perigos

Dezembro 2011

Subterrâneos


“As ideias atávicas do post-mortem de escuridão, subterrâneos e sofrimentos, faz que desencarnados imprudentes e pouco esclarecidos caiam em processos de auto-obsessão, definhando anos a fio e chagando a lesionar o seu perispírito com o isolamento auto-imposto. Disso se aproveitam outros cativos nas mesmas circunstâncias, contudo mais afoitos, que, que, não sendo felizes, se comprazem em infelicitar os outros. A Boa-Nova do Príncipe da Paz não foi por eles ainda entendida.”

Dezembro de 2011

Psicopictografia acompanhou a mensagem.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Protesto Espiritual :)


Vivemos tempos ditosos
De igualdade social
Mas bem menos luminosos
De luz espiritual

Já pouco se discrimina
Alguém por ser deserdado
Mas quem de vós imagina
O que é ser desencarnado...

Cabe-vos pois corrigir
O erro com publicidade
E a verdade difundir
P'ra então haver igualdade

Dezembro 2011

(Um Espírito lembra, com bom humor, o lema "Todos diferentes, Todos iguais")

domingo, 18 de dezembro de 2011

Há Médiuns e Médiuns


Fala-se com insistência
Do álcool e do tabaco
E pouco da dependência
Do médium caça-pataco

Também no Espiritismo
O panorama é sombrio
Existe um outro abismo
O médium caça-elogio

Médium bom, de confiança
Seguro e com competência
É o que edifica a esperança
E a auto-suficiência

Eduardo; Dezembro de 2011

Sobre os médiuns-comerciantes, os médiuns vaidosos, e os bons médiuns, que encorajam cada um a não depender de ninguém a não ser de Deus.

Nem Só de Pão


O homem vive de pão
Muito mais do que de ouro
Onde está teu coração
Está aí o teu tesouro

Com o corpo alimentado
Está o homem satisfeito
Com o espírito elevado
Está o trabalho perfeito


João Nunes; Dezembro de 2011

O Supersticioso


Ai a noite escura
Doze badaladas
Ai meu padre cura!
E as encruzilhadas!

Ai o gato preto
Ai o cemitério
Porque é que eu me meto
Em tanto mistério?

Ia assim pensando
O Sebastião
E mais se enredando
Na superstição

Da bolsa não saltavam
Nenhuns corvos pretos
Só notas voavam:
Comparava amuletos

Anda, toma tento
Sai desse degredo
Com esclarecimento
Matarás o medo

Por ser tão anjinho
Foi bem enganado
Ficou pobrezinho
Mas aliviado

Dezembro de 2011

Da Riqueza


"Eu trabalho que me farto"
Gabava-se o Simeão
“Mas nem um tostão reparto”
Isso não disse ele, não…

Pertence-nos o que temos
Se foi ganho honestamente
Mas amiúde esquecemos
AquEle a quem o devemos

Muitos há que mais trabalham
Meu amigo, tu não vês?
E nem numa vida ganham
O que tu ganhas num mês

Se Deus te deu abundância
Dá tu também, Simeão
Não sejas rico em ganância
Reparte com teu irmão

Dezembro de 2011

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O Desconfiado


Pelas ruas da amargura
(Que não conhece outras ruas)
O infeliz se tortura
Com a opinião das pessoas

O que pensarão de mim?
Decerto que pensam mal
A minha vida é assim
Não é mania, é real!

Se alguém cochicha à esquina
O desconfiado estremece
A alma se lhe amofina
E a expressão endurece

Mal sabe o desconfiado
Que há outros desconfiados
Que pensam que ele é malvado
… E estão todos enganados


OUT.2011

domingo, 23 de outubro de 2011

O deputado Alarcão *



Alarcão foi eleito deputado
E mal chegou a casa, atarefado
Atirou co’a pasta de rompante
E disse aos seus: só um instante!
Que agora preciso de trabalhar
Para a vida do meu povo melhorar

Passados seis dias de labuta
Embrenhado no suor da luta
Só à sua conta já tinha nomeado
Três irmãos, doze primos e um cunhado
E mais não pôde porque às vezes
Até o mais corrupto dos corruptos tem revezes

Muito se dará àquele que muito tem
Honestidade e propensão para o bem
Mas ao que à seriedade dá desdém
Lhe será tirado esse pouco e muito bem
Quem o disse foi Jesus de Nazaré
A quem das nossas contas teremos que dar fé

E depois bem poderá bradar o Alarcão
"Sou deputado, não me podem ir à mão!"
Que Jesus responderá conforme a Lei:
"Que fizeste do tesouro que te dei"?
Será liberto o deputado sob fiança
E vigiado, por não ser de confiança

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

'O Futuro a Deus pertence'



Evaristo tinha previsto

Para breve o fim do mundo

Escreveu um livro - está visto

E foi sucesso rotundo


Tornou-se bem popular

Até ia à Televisão

Conta bancária a aumentar

Tudo à conta da aflição


No dia e hora marcados

Todos os fiéis leitores

Esperavam ver confirmados

Os seus piores temores


Mas como p’ra grande espanto

O mundo não acabou

Sobreveio desencanto

Que em raiva se transformou


Foram ter com o Evaristo

Chamaram-lhe charlatão

E o vidente foi visto

A fugir da multidão


Mas verdade seja dita

Não foi só ele o culpado

E antes assim que a desdita

De o mundo ter acabado


Nem o próprio Nazareno

Embora haja quem o pense

Previu Fim, grande ou pequeno

O futuro a Deus pertence


Só Deus é omnisciente

Meu amigo, pensa nisto

P’ra não seres mais um cliente

Da banca de um Evaristo


Queres previsão acertada?

Esta é das evidentes:

Enquanto uns não virem nada…

Haverá sempre videntes!


OUT.2011

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A Doença



A doença é o expurgar de cada desequilíbrio, momentâneo ou acumulado. Encarai a doença como oportunidade de purificação física, psíquica e espiritual. Ainda que o veículo carnal fique irremediavelmente lacerado pela doença, o perispírito reequilibra-se, redundando em bem o episódio doloroso.

AGO.2011

Sebastião, o Bonacheirão














Queridos amigos e amigas
Estou bem do lado de cá
Não percam o tempo em brigas
Que é a pior coisa que há

Sou um tanto barrigudo
E até sou Sebastião
Mas não sou nada sisudo
Antes ser bonacheirão

A quem chora nesse mundo
Deixo aqui o meu conselho:
Pensa tua vida a fundo
Sejas novo ou sejas velho

Separa o trigo do joio
O 'conhaque' do 'serviço'
Só Deus é o nosso apoio
Meu amigo, pensa nisso

Cada dia seu cuidado
Não ganhas nada em ter medo
Não é por ficares acordado
Que o Sol nasce mais cedo

Nada de desanimar
Puxa por essas canetas
E se ficares a coxear...
Podes dançar de muletas!

SET. 2011

sábado, 3 de setembro de 2011

'A alegria de dar' *


Nem o mais raro incenso
Nem perfumes de Paris
Têm o aroma intenso
Da paz que me faz feliz

Pelas estradas do mundo
A riqueza procurei
Foi um engano rotundo
A riqueza que encontrei

Pois era só vil metal
E o Homem não é só matéria
E a parte espiritual
Foi ficando na miséria

A alegria de dar
O pão e a fraternidade
É o tesouro a encontrar
P'la terrena Humanidade

Este é o depoimento
De um Espírito em viagem
Caridade dá alento
Egoísmo é miragem

Agosto 2011

sábado, 6 de agosto de 2011

'Frei Benedito'



Pensava Frei Benedito
Trabalhando no jardim:
"Como este mundo é bonito
Que alegria sinto em mim"

E tudo na Natureza
Ensina sua lição
Envolvida na beleza
Das obras da Criação

Julho de 2011

segunda-feira, 25 de julho de 2011

'Mestres e Aprendizes'


Para seres digno de dar
Mensagens dos vossos guias
Não te esqueças de estudar
E orar todos os dias

Também os guias se guiam
Por guias mais sabedores
Que ainda há pouco aprendiam
Como tu a ser melhores

Escuta bem o que te digo
Mesmo nos mundos felizes
Todos somos, meu amigo
Tão mestres quanto aprendizes

Julho de 2011

domingo, 24 de julho de 2011

'Nós e Laços'


De nós e de laços se fazem os pontos da nossa cruz
Tecendo a vida eternamente com fios de luz
Ligados com nós de dor
Ligados com laços de amor
Sempre, sempre ligados

Beta

Março de 2011

'Consciência da sua missão'

Homem feliz é o que tem consciência da sua missão.

Orlando

Março de 2011

Quanto vale 1 milhão?

 

"Eu quero ter 1 milhão"
Dizia a quem o ouvia
Crente de que a multidão
Assim o veneraria

"Ter um milhão eu queria"
P'ra não ter que trabalhar
Só descansar noite e dia
E com nada me ralar

Doenças? Dinheiro as cura
Com a mais cara Medicina
E a felicidade dura...
Que contemplação benigna!

Nem quis saber de mulher
Ou filhos p'ró aborrecer
Chatices? Quem é que as quer?
Isto assim é que é viver

Mas por só em si pensar
Faltou-lhe o suor da lida
Quis p'ra si acumular
ganhou o milhão, perdeu a vida

Junho de 2011

'Coitado do Agostinho'


À secretária de pinho
(Até dá dó de contar)
Coitado do Agostinho
Passa a vida a carimbar

Pergunta-se muitas vezes
Quando vê televisão:
Serão melhores os revezes
De uma vida de emoção?

Vê-se de cabelo ao vento
À proa de um barco à vela
Mas sua vida é tormento
E não pode sair dela

Ó Agostinho amigo,
Tu sabes que noutra vida
Brincaste sempre com o perigo
Sem a cautela devida?

Pára agora um bocadinho
E aproveita p'ra pensar
E tu verás, Agostinho
Que é bom saber parar

Maio de 2011

'Grilhões'


Em tempos que já lá vão
Agrilhoava-se gente
E o que apertava o grilhão
Agrilhoado se sente
 
Roubar a liberdade a alguém
P'ra nosso próprio proveito
causa hoje só desdém
E vai contra o Direito
 
No mundo que aí vem
Que é de regeneração
Grilhões, só os do Bem
Escolhidos p'lo coração
 
Ninguém mais trabalhará
Para um patrão tirano
Ninguém mais padecerá
De fome, sede ou engano
 
Nas relações amorosas
Nas relações sociais
Só emoções generosas
E todos serão iguais

Maio de 2011

'Anjos'


Esvoaçam os anjos sobre a capelinha
Jogam às escondidas e ninguém os vê
A não ser o velho e a criancinha
Cada um de vós que diga porquê
 
Orlando

Maio de 2011

'As aflições levam a boas resoluções'


As aflições levam a boas resoluções. Durante os períodos em que as nossas acções longínquas voltam sob a forma de tormenta correctora, o Espírito vê mais claramente o caminho certo. À escala da Humanidade, presentemente, a apatia dos bons e a cupidez dos maus aproximam-se do ponto  em que se assemelham ao caudal do rio que transborda, que sai do leito e vai secar onde não houver solo propício, e fertilizar onde houver permeabilidade. As crises são plenas de fecundidade. Há que abraçá-las com paciência e resignação. Com optimismo e confiança.

Helder

Maio de 2011

A História do Chico Zé



Chico Zé perdeu os parentes
Quando era ainda gaiato
Foi criado com indigentes
E sofreu muito mau trato

E dizía quem passava:
"Que homem tão revoltado!"
Mal essa gente sonhava
O que ele tinha passado

Sempre de má catadura
Sem alegria ou sorriso
No peito só amargura
Que até lhe afectava o siso

"Viver assim para quê?"
Pensava ele por vezes
Sem entender o porquê
Dos seus pesados revezes

Numa vida anterior
O pobre do Chico Zé
Fora feroz ditador
Sem coração e sem fé

Passara a fio de espada
Sem qualquer hesitação
Muita gente desgraçada
Muito homem seu irmão

No fundo da consciência
Uma vozinha sumida
Sugeria paciência
P'ra suportar esta vida

E uma vítima passada
Apareceu-lhe ao caminho
Na forma de esposa amada
P'ra lhe ensinar o carinho

Com a infância desvalida
Aprendeu ele com a dor
Com a família querida
Aprendeu com o amor

Se vires um homem irado
Não penses: "Que mau que é!"
Estende a mão ao perturbado
Pode ser um Chico Zé...

N.N.
 21 de Julho de 2011

Aparício e o Precipício


 

Suspenso no precipício

Gritava o Zé Aparício:

Ó meu Deus, vem-me salvar!

Prometo não mais pecar

Se tu me salvares desta

Vou ser pessoa honesta

Prometo não intrujar

Todos os dias rezar

Ir à missa e comungar!


Passou ali um amigo

Que logo o salvou do perigo

O Aparício se ergueu

E graças a Deus rendeu


Mas passada a aflição

Desenha-se situação

De pagar o que a Deus deve

E logo se esqueceu

Daquilo que prometeu

Só pensou muito ao de leve:

“Deus me há-de perdoar…”


Aparício, Aparício…

Vale bem o sacrifício

De cumprires o que prometes

Vê lá se tal artifício

Não é maior precipício

Em que agora tu te metes…



Julho de 2008

A Verdadeira Fortuna


Ora tiras, ora pões
Na tua conta divina
Amor e boas acções
Ou o mal que te amofina

Desculpas-te a ti mesmo
De tal contabilidade
Dizendo que há mal a esmo
E falta de caridade

Mas p'ra arranjares riqueza
Da que o bicho não corrompe
Há o capital da certeza
Que da caridade irrompe:

Amar os outros e a ti
Armazenando só paz
Eu sei porque aprendi
Grande fortuna se faz

Júlio (modesto poeta)

Outubro de 2007

Dormindo...


Diz o José que duvida
Que o Espírito seja real
E passa 1/3 da vida
No mundo espiritual


Julho de 2009

As Dores do Martins


Martins tinha dores nos rins
Nem o deixavam dormir
Qual madeira com cupins
Já nem sabia sorrir

- Mas que mal fiz eu a Deus?
É de ficar revoltado!
Acaso os pecados meus
Merecem tal resultado?

Bom homem, trabalhador
Amigo do seu amigo
Ao próximo tinha amor
E a todos dava abrigo

Certo dia, num café
Poisado sobre uma mesa
Estava um jornal que até
Lhe causou certa surpresa

Pôs-se e lê-lo pressuroso
E então compreendeu
Que quer a dor, quer o gozo
Não foi Deus que no-los deu

Somos nós que os forjamos
Nas voltas de cada dia
Se aos outros maus tratos damos
Voltam para nós um dia

Será que em vida anterior
Fora ele um mau capataz
E aos outros causasse a dor
Que a vida agora lhe traz?

Com o novo pensamento
Ficou mais aliviado
Encontrou um novo alento
Talvez seu padecimento
Se encontre justificado
Poeta alegre

Julho de 2008

Bom Dia...



Bom dia - diz sempre o Zé
Quando chega ao estaminé
Cumprimenta os seus amigos
E também os inimigos
Que os bons dias são gratuitos
Costumeiros ou fortuitos

Dar os bons dias a alguém
Custa zero e sabe bem
A quem dá e a quem recebe
E pouca gente percebe
Que um bom dia é uma oração
Em forma de saudação


Março de 2009

Chegar e Partir



Um jovem partiu
O Povo perguntou:
"Porque é que morreu?"
Mas ninguém lembrou:
"E porque nasceu?"

A vida é assim
Quando corre bem
Quem já indagou
"De onde é que vim?"
Ou "p'ra onde é que vou"?

Eu que já fui filho
Agora sou pai
E serei avô
Gente vem e vai
E eu... também vou

Porque chora o Povo?
Partir é chegar
Chegar é partir
Chega-se a chorar
Parte-se a sorrir

Jeremias

Julho de 2011

(A propósito da desencarnação recente de jovens, um deles figura pública, em acidente de viação)

A Plaina



Olha a plaina tão singela
Quase não se dá por ela
Vai aplainando a madeira
Guiada por mão ligeira

Corrige-lhe a aspereza
E realça-lhe a beleza
Aplainando com amor
Progride o trabalhador

Aplainando os defeitos
Lembrando o "Sede Perfeitos"
Com a plaina da humildade
Trabalho é felicidade


Março de 2011