domingo, 30 de março de 2014

O Dilema do Amaral



António do Amaral
Era um homem mediano
Nunca fez nem bem nem mal
Nem santo, nem causou dano

E quando chegou a hora
P'ra todos inexorável
De o António ir embora...
Que situação lamentável!

Nem mau para o Inferno
Nem bom para o Paraíso
Fica o António em eterno
Confuso e indeciso?

Vou p'ra baixo? - perguntou
Não, que está muito calor
P'ra cima também não vou
Porque não tenho valor

Pensou ir p'ró Purgatório
Mas p'ra seu grande tormento
O teológico cartório
Fechou o departamento

Estas coisas do Além
Não são como imagina
Aqui nesta Terra quem
Pensa que tudo domina

A história do Amaral
Mostra com simplicidade
Que a teologia actual
Carece seriedade

Paulo
 30.MAR.14

domingo, 2 de março de 2014

Cuidado com as aparências...




Anda cá, bela Anabela
Que eu quero casar contigo
É que uma mulher tão bela
Praí sozinha, é um perigo


Galante João Lindoso
Bem parecido e abastado
Faziam  um par vistoso
E ela achou... apropriado


E assim se faz casamento
Com base em coisas mundanas
É de espantar o tormento
Ao fim de algumas semanas?


Escolher cara-metade
Sem ser pelo coração
Trará brilho em sociedade
Mas não traz ao coração


A beleza só exterior
Acaba em monotonia
Só as doces notas do amor
Nos enchem de alegria


Quanto à fortuna em ouro
É mais incerta que  o vento
E se se for o tesouro?
Lá começa o sofrimento...


Se almejares mais que a riqueza
E seguires o coração
Serás feliz, concerteza
E evitas desilusão

 'Ruca'

ENL, 2.3.14