Martins tinha dores nos rins
Nem o deixavam dormir
Qual madeira com cupins
Já nem sabia sorrir
- Mas que mal fiz eu a Deus?
É de ficar revoltado!
Acaso os pecados meus
Merecem tal resultado?
Bom homem, trabalhador
Amigo do seu amigo
Ao próximo tinha amor
E a todos dava abrigo
Certo dia, num café
Poisado sobre uma mesa
Estava um jornal que até
Lhe causou certa surpresa
Pôs-se e lê-lo pressuroso
E então compreendeu
Que quer a dor, quer o gozo
Não foi Deus que no-los deu
Somos nós que os forjamos
Nas voltas de cada dia
Se aos outros maus tratos damos
Voltam para nós um dia
Será que em vida anterior
Fora ele um mau capataz
E aos outros causasse a dor
Que a vida agora lhe traz?
Com o novo pensamento
Ficou mais aliviado
Encontrou um novo alento
Talvez seu padecimento
Se encontre justificado
Poeta alegre
Julho de 2008
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