domingo, 23 de outubro de 2011

O deputado Alarcão *



Alarcão foi eleito deputado
E mal chegou a casa, atarefado
Atirou co’a pasta de rompante
E disse aos seus: só um instante!
Que agora preciso de trabalhar
Para a vida do meu povo melhorar

Passados seis dias de labuta
Embrenhado no suor da luta
Só à sua conta já tinha nomeado
Três irmãos, doze primos e um cunhado
E mais não pôde porque às vezes
Até o mais corrupto dos corruptos tem revezes

Muito se dará àquele que muito tem
Honestidade e propensão para o bem
Mas ao que à seriedade dá desdém
Lhe será tirado esse pouco e muito bem
Quem o disse foi Jesus de Nazaré
A quem das nossas contas teremos que dar fé

E depois bem poderá bradar o Alarcão
"Sou deputado, não me podem ir à mão!"
Que Jesus responderá conforme a Lei:
"Que fizeste do tesouro que te dei"?
Será liberto o deputado sob fiança
E vigiado, por não ser de confiança

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.